O Manifesto Antropófago foi uma manifestação artística e cultural elaborada no Brasil na década de 1920, liderada pelo escritor Oswald de Andrade. A ideia central era a de "devorar" a cultura europeia e transformá-la em algo genuinamente brasileiro. Em outras palavras, a proposta era de que o Brasil se apropriasse da cultura europeia, a "mastigasse" e a "digerisse", para então criar uma cultura própria, única e verdadeiramente nacional. A ideia era de que a arte e a cultura brasileiras sofriam de "complexo de vira-lata", isto é, que os brasileiros tinham uma inferioridade em relação aos europeus e que era necessário quebrar com esse paradigma. Assim, o Manifesto Antropófago defendia uma postura anticolonialista e anti-imperialista, ao mesmo tempo que valorizava a cultura indígena e afro-brasileira. A ideia era de que a cultura brasileira deveria ser criada a partir da mistura de diferentes influências, mas sempre com um olhar crítico e contestador em relação à cultura europeia. Hoje, o Manifesto Antropófago é visto como um marco na história da cultura brasileira e continua a influenciar muitos artistas e pensadores do país. Seu legado é o de que a cultura brasileira é rica em diversidade e pluralidade, e que é necessário valorizar e celebrar essa riqueza cultural em vez de tentar imitar outras culturas estrangeiras.